quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

14 - Resposta ao Deputado Dr. Rosinha quanto ao conteúdo de seu artigo intitulado "Cristãos intolerantes"

Prezado Deputado,

Segundo meu e-mail enviado ao Sr. na última semana (o qual creio não ter lido), acuso-o de não revelar, por meio do título do evento, o real tema que seria discutido no seminário (liberação do aborto). Na resposta que me foi enviada (e dita, à vários outros cristãos) não consta em momento algum a sua defesa quanto ao que lhe acusei dando provas do contrário.

Como é sabido a própria ONU se utiliza dos objetivos do milênio para fazer com que as nações promovam ações como a descriminalização do aborto, dizendo-se estimular os debates sobre a redução da mortalidade materna. O governo do PT (seu partido) apenas cumpre as exigências da ONU, pois está comprometido com os interesses pró aborto da ONU, algo que garantiu ao PT chegar à Presidência da República. Como filiado ao PT, o Sr. deve também abraçar essas causas. Caso contrário está passível de punição (como a exclusão dos quadros políticos do PT), como bem consta no seu "estatuto".

Quanto à acusação de mentirosos e intolerantes à qual o Sr. acusa os cristãos, adianto que nada mais faz do que seguir a regra máxima de Lenin: "Acuse-os do que você faz. Chame-os do que você é." Ao mesmo tempo que nos chama de intolerantes, também nos acusa de mentirosos. Duas coisas que o Sr. o faz, e nos rebate como culpados. Dessa forma, fica provada a sua charlatanice e o seu comprometimento com a instalação do socialismo (ideologia incompatível com a doutrina Católica) no nosso País. Ainda, o Sr. mentiu ao dar um título falso para um Seminário que nada mais fez do que discutir os "direitos reprodutivos da mulher" (leia-se direito ao aborto). O Estado brasileiro, segundo sua constituição, tem a obrigação de defender a vida de TODO ser humano. Sendo que a vida ainda é considerada pela maioria massante dos cientistas (e essa tendência está crescendo) como iniciada no momento da fecundação do óvulo pelo espermatozoide (nós cristãos chamamos de concepção), ao se defender o aborto o Estado está privando um ser humano (o mais frágil deles) de seu direito à defesa da vida. Quando a mãe pratica o aborto está assassinando outro ser humano dentro de seu ventre, causando traumas inimagináveis para sua consciência para o resto da vida. Por favor, pesquise sobre estudos com mulheres que realizaram aborto. O Sr. ficará estarrecido. Para sua informação, o cristianismo nos ensina que o nosso corpo nada mais é do que o Templo do Espírito Santo, portanto não deve ser violado.

O dicionário não nos mostra que intolerância é ser coadjuvante das ações irresponsáveis do nosso próximo. Ser tolerante é admitir opiniões diferentes do próximo, sim, pois todos somos diferentes em diversos aspectos (inclusive em valores), no entanto isso não necessariamente nos obriga a defender a mesma ideia que este. Posso dizer tranquilamente que o meu próximo abortista tem o direito de dizer aquilo por sua liberdade de expressão, no entanto também incluo que eu rejeito a sua ideia e não a quero para mim; que eu odeio a sua ideia; que a sua ideia é repugnante; que eu tenho o direito por liberdade de expressão de dizer que esse pensamento está completamente errado. Isso não me torna intolerante, como o Sr. afirma, logo refuto o título do seu artigo utilizando o seu próprio argumento. Que constrangedor, Deputado. Fico admirado de como conseguiu se eleger! Por favor, consulte o dicionário novamente quando rebater as críticas de cristãos. Será interessante demonstrar a sua contradição novamente. Aliás, não acredito que tão pequena inteligência posso compreender mais do que dois sinônimos apontados pelo dicionário para uma palavra.

Se houve uma orquestração dessa ação contra o Seminário que o Sr. divulgou só posso lhe dizer que ela foi provida do Espírito Santo de Deus que nos deu discernimento (dom que o Sr. parece desconhecer ou ser desprovido deste) para identificar à qual propósito o evento se destinava (descriminalização do aborto, vulgo "direitos reprodutivos da mulher").

Quanto às suas citações à Palavra de Deus, só tenho a lamentar. Seus trocadilhos com as passagens de Jesus são simplesmente patéticos e desprovidos de qualquer sanidade cristã que pudesse haver em sua consciência. Confesso que aprecio a sua coerência quanto à sua não configuração ao Cristo ressuscitado, rejeitando as ações de Jesus, que é o modelo supremo de santidade e vida, o próprio Deus que se fez homem e nos ensinou como viver, ao qual todo homem deveria seguir. Dessa forma, o Sr. me poupa da necessidade de mostrar a sua incoerência quanto às suas ações e as ações de Cristo, nos Evangelhos.

De qualquer forma, como bom cristão, e seguindo o exemplo de Jesus Cristo, de hoje em diante, o colocarei em minhas orações. Pedirei pela sua conversão e que Deus lhe mande o dom do discernimento para que tenha consciência dos atos que promove. E caso isso não ocorra, continuarei orando pela sua alma e pedindo a intercessão de Maria Santíssima para que Deus tenha misericórdia dela. Como Jesus nos disse:

"Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo, e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem."(Mateus 5.43,44)

Att,

Deisson Cassiano Diedrich

Segue o e-mail enviado pelo Deputado Dr. Rosinha (dep.dr.rosinha@camara.leg.br), do PT:
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Prezadas,
Prezados,

Como recebi centenas de e-mails sobre o mesmo tema, ficou impossível responder individualmente a cada uma das mensagens. Aliás, é bom que se diga que algumas continham textos idênticos, o que demonstra que a ação foi orquestrada.
Assim, optei por uma resposta coletiva e pública, que será divulgada em forma de artigo.

Cristãos intolerantes

Cristo, em sua breve passagem pela Terra, nos ensinou muita coisa, sendo uma delas a tolerância. Parece que boa parte dos que atualmente se dizem cristãos não aprendeu essa lição. Outro ensinamento de Cristo é o compromisso com a verdade: nunca mentir. Este ensinamento também é ignorado por grande parte dos cristãos.
Brinca-se que quando alguém é perguntado sobre determinado tema e não sabe a resposta, a pessoa em tom de chacota responde “eu faltei nesta aula”. Parece que muitos cristãos e cristãs faltaram na catequese no dia em que foi ensinada a importância da tolerância e a ter compromisso com a verdade.
Na semana passada fui vítima dos intolerantes e dos mentirosos.
Explico: a Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados, presidida por mim, organizou o “Seminário de Parlamentares da América Latina e Caribe para debater a Saúde Reprodutiva, Materna, Neonatal e Infantil e os Objetivos da Meta do Milênio”. O requerimento que gerou o Seminário foi aprovado por unanimidade dos membros da Comissão. Portanto, pela importância do tema, nenhum parlamentar se opôs.
A Organização das Nações Unidas (ONU) firmou em 2000 um compromisso com muitos países, os chamados Objetivos do Milênio, de reduzir em 75 % até 2015, as mortalidades infantil e materna. Há outros objetivos do milênio, porém o nosso Seminário se propôs a debater estes dois.
A mentira e a intolerância estão quando muitos cristãos e cristãs espalharam na internet mensagens caluniosas apregoando que “sou contra a vida”, que estou “promovendo o aborto” no Brasil, que “sou mau presidente”, que “desenvolvo a cultura da morte” e outras ofensas que sequer quero reproduzi-las. Antes de qualquer coisa, repudio a todos estes adjetivos e, ao contrário de Cristo, não ofereço a outra face.
Algumas mensagens, para a minha tristeza e decepção, eram assinadas por padres, professores, diáconos, bibliotecários, alunos, etc., gente que sempre pensei, pelo cargo que ocupam, serem inteligentes. Sempre vi num professor, se não um pensador, pelo menos alguém que ajude ou ensine a pensar. Sempre vi num padre, num diácono, num pastor um tolerante, alguém que não mente.
Segundo o dicionário Houaiss, tolerância é o “ato ou efeito de tolerar; indulgência, condescendência; tendência a admitir, nos outros, maneiras de pensar, de agir e de sentir diferentes ou mesmo diametralmente opostas às nossas”. Definição essencialmente cristã.
Minha decepção é para com todos os homens e mulheres, cristãos ou não, que não conseguem ser tolerantes, que não conseguem respeitar os demais, que têm na sua verdade, a verdade única e absoluta. Minha tristeza é para com aqueles que leem e não conseguem interpretar. Meu repúdio é para com aqueles e aquelas que leem e agem de má fé nas redes sociais. Usam-nas para disseminar a sua interpretação ou mesmo se aproveitam dos que não leram e disseminam a mentira. Poderia fazer como Cristo: “Pai, perdoai-os, eles não sabem o que fazem”. Mas, não posso agir assim, porque sabem o que fazem e porquê fazem. Posso perdoar os inocentes úteis, como por exemplo, um rapaz de cerca de 20 anos de idade que no dia do Seminário dirigiu-se a mim dizendo:
- “O senhor está excomungado!”
De início fiquei estupefato com esta “excomunhão”. Em seguida, tive dúvidas se ria ou se perguntava com que autoridade e em nome de quem me excomungava. Por fim, preferi o silêncio, a pena e a compaixão. Compaixão e pena pela inocência deste rapaz e ao mesmo tempo preocupação com o seu futuro. O mundo é diferente do que estão lhe ensinando. Ou ele faltou no dia da catequese sobre tolerância ou os seus “mestres” faltaram com a verdade e não ensinaram a ele o significado desta palavra e deste gesto.
Por tudo que li do que me enviaram, por tudo que ouvi, sinceramente ainda estou estupefato com o comportamento destes cristãos. Em que Igreja aprendem ou aprenderam? Qual Evangelho leem ou leram? Com certeza não é o mesmo que leio e tampouco é o mesmo que lê o Papa Francisco.

Dr. Rosinha
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